Reprodução
Wilsiane Correia contou que também trabalha com cosplay e montou
o figurino em uma semana.
"Eu quis representar a história do Brasil. A Chica da Silva era uma mulher negra, escrava, que foi alforriada e que ascendeu na sociedade colonial. É importante lembrar isso, é uma forma de protesto também, contra o racismo", explicou Wilsiane.
A tatuadora relatou que sempre se fantasia para o corso. "Todo ano venho com uma diferente. Quando acaba já começo a planejar a do próximo ano. No último eu vim de Mulher-Maravilha e nesse ano pensei em algo diferente, como uma forma de se manifestar contra o preconceito racial", disse.
Para viver Chica da Silva, Wilsiane disse que levou uma
semana montando o figurino. "Algumas coisas eu comprei prontas, como a
peruca, que pedi para minha prima fazer o penteado, e a meia, mas o resto, do
sapato ao leque, fui eu que fiz", relatou.
Quem foi Chica da Silva
Estima-se que Chica tenha nascido entre 1731 e 1735, em Minas Gerais. Filha de um português e uma africana, ela também era escrava e foi vendida pelo próprio pai ainda adolescente para um médico, com quem teve seu primeiro filho, em 1751.
Em 1753 foi comprada por João Fernandes, um dos homens
mais ricos da região, e conquistou sua alforria pouco depois. Chica e João
Fernandes assumiram uma relação pública, apesar de nunca se casarem
oficialmente.
O casal viveu durante quase duas décadas. Durante esse
período, Chica teve 13 filhos - nove mulheres e quatro homens. João Fernandes
morreu em 1779.
Chica
morreu sete anos depois, em 1796, após ter vivido segundo os rígidos padrões
morais de sua época e ter conseguido conquistar seu lugar mesmo em uma
sociedade escravocrata e racista, prova disso é o fato de ter sido sepultada no
cemitério da Igreja de São Francisco de Assis - um privilégio concedido à elite
branca.
Com o passar dos anos, a história da "escrava que
virou rainha" inspirou poesia, filme, canção, novela e até enredo de
escola de samba.
Corso de Teresina
O Corso de Teresina 2023 ocorreu neste sábado (11). Vinte caminhões se inscreveram para o desfile e três palcos com 16 bandas, além de atrações surpresas, fizeram parte da festa na Avenida Raul Lopes, Zona Leste de Teresina.
Este ano foram feitas algumas mudanças, inclusive no
percurso, que passou a ser na Avenida Raul Lopes, com
concentração na Avenida Jóquei Clube, seguindo até a Ponte Estaiada,
onde ocorrerá a dispersão dos veículos enfeitados.
Um grande esquema de segurança foi montado para o evento,
mais de mil agentes foram espalhados na região para garantir a tranquilidade
dos foliões.
Ainda na primeira hora de festa, a Polícia Penal do Piauí deteve um homem com tornozeleira
eletrônica. Em nota, a Secretaria de Justiça (Sejus) informou que o monitorado não poderia estar no evento porque cumpre medida
cautelar.
O post "Tatuadora investe R$ 1 mil em fantasia de Chica da Silva no Corso de Teresina: 'protesto contra o racismo'" foi publicado primeiro em G1
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