Celulares podem ouvir conversas para gerar anúncios, segundo relatório.
“É verdade. Seus dispositivos estão ouvindo você […] Com o Active Listening (Escuta Ativa), o CMG agora pode usar dados de voz para direcionar sua publicidade EXATAMENTE para as pessoas que você procura”, dizia a página da CMG, que já foi retirada do ar. [...] “Escuta Ativa” é analisado por inteligência artificial (IA) para detectar “conversas pertinentes por meio de smartphones, smart TVs e outros dispositivos”. [...]os anúncios personalizados com sua ferramenta é entregue para os usuários por meio de streamings de TV, áudio, YouTube, Google e Bing.
Em um mundo cada vez mais conectado, a privacidade se torna
uma questão crucial, especialmente quando se trata do uso de dispositivos
móveis. Recentemente, tem circulado uma polêmica sobre a possibilidade de
celulares e outros dispositivos eletrônicos estarem constantemente ouvindo
conversas para gerar anúncios direcionados. Segundo a CMG (Cox Media
Group), essa prática seria totalmente legal, baseada no consentimento dado
pelos consumidores ao aceitar os termos e condições de software ou downloads de
aplicativos.
De acordo com a CMG, os consumidores geralmente concedem
permissão inadvertidamente para que seus dispositivos coletem dados de áudio.
Isso ocorre quando aceitam os termos de serviço ao configurar seus dispositivos
ou ao baixar aplicativos. No entanto, essa justificativa levanta questões sobre
até que ponto os usuários estão cientes do alcance dessas permissões e se estão
realmente consentindo com a escuta constante de suas conversas.
A discussão em torno da privacidade digital ganhou força nos
últimos anos, com várias empresas sendo criticadas por práticas consideradas
invasivas. No caso específico da coleta de dados de áudio para fins
publicitários, muitos usuários se sentem desconfortáveis com a ideia de seus
dispositivos estarem "ouvindo" ativamente suas conversas.
Especialistas em privacidade destacam a importância da
transparência e da clareza nos termos de serviço. Muitos argumentam que as
empresas devem fornecer informações mais detalhadas sobre a extensão da coleta
de dados, possibilitando aos usuários fazerem escolhas informadas sobre o que
estão dispostos a compartilhar. Além disso, a questão da complexidade legal
desses termos também é levantada, já que muitos usuários podem não compreender
completamente as implicações de suas decisões.
Organizações de defesa do consumidor e defensores da
privacidade estão pressionando por regulamentações mais rigorosas e por
práticas transparentes por parte das empresas de tecnologia. Alegam que é
crucial garantir que os usuários tenham controle sobre seus próprios dados e
sejam informados sobre como essas informações são usadas.
Enquanto alguns argumentam que a coleta de dados é necessária
para oferecer experiências personalizadas e anúncios mais relevantes, outros
afirmam que a privacidade dos usuários não deve ser comprometida em nome da
publicidade direcionada.
A polêmica levanta questões éticas e legais sobre o
equilíbrio entre a conveniência proporcionada pela personalização de serviços e
a necessidade de proteger a privacidade dos consumidores. À medida que essa
discussão se intensifica, é provável que surjam mais debates sobre a
regulamentação e o controle efetivo do uso de dados pessoais em um mundo cada
vez mais digital.
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